segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tecido Epitelial de Revestimento


      Nesta imagem podemos observar o Epitélio de revestimento pseudo estratificado cilíndrico ciliado, presente na traqueia, cavidades nasais e brônquios. 
        As células presentes neste tipo de tecido, dão a impressão de que estão organizadas em camadas, devido a seus núcleos encontrarem-se em alturas diferentes, porém se observarmos, veremos que as células formam apenas uma camada. 
     As células principais são cilíndricas com cílios, e núcleos alongados, geralmente de localização basal e as células basais tem formato piramidal com núcleo central e arredondado. Os cílios bem desenvolvidos, são responsáveis por conduzir o muco (responsável por dar proteção e lubrificação ao trato respiratório) produzido pelas células caliciformes, também presentes neste tipo de tecido, até a nasofaringe, onde será engolido ou expectorado. 

Legenda: 
1: Epitélio de revestimento pseudo estratificado cilíndrico ciliado.
2: Cílios.
3: Grânulos de secreção.    

Em aumento de 40x, observamos em uma visão mais ampla o Epitélio de revestimento da traqueia e também o esôfago na parte superior da mesma lâmina.  
Em aumento de 100x, podemos observar logo acima de tal epitélio, o tecido conjuntivo frouxo.
Em aumento de 400x, observamos os cílios, grânulos de secreção e os núcleos das células basais e das células cilíndricas ciliadas em diferentes alturas, dando a impressão de estratificação.
Em aumento de 1000x, podemos observar mais evidentemente os cílios e os grânulos de secreção.







Sistema Cardiovascular


     Todo o sistema circulatório (sanguíneo e linfático) encontra-se revestido internamente por um epitélio simples pavimentoso originado do mesênquima, o endotélio.
     O sistema circulatório, através da distribuição de hormônios e nutrientes para as células e tecido do corpo, e do transporte de produtos do refugo do metabolismo para órgãos excretores, contribui para manter a constância do meio interno e para integrar o funcionamento do organismo como um todo.
     O sistema circulatório abrange os sistemas vascular sangüíneo e linfático. O sistema vascular sanguíneo é formado pelos seguintes componentes: coração, artérias, capilares e veias.

Capilares sangüíneos
  • Constituição:
    • Uma camada de células endoteliais, enroladas em forma de tubo;
    • Uma lâmina basal onde os endotélios se apóiam;
    • Espessura: varia de 9 a 12 mm.
  • Tipos:
    • Capilares Contínuos ou Somáticos:
    • Ausência de fenestrações em suas paredes;
    • São encontrados em todos os tipos de músculo, tecido conjuntivo, glândulas exócrinas e tecido nervoso.
    • Capilares Fenestrados ou Viscerais:
    • Presença de orifícios (fenestrações), obliterados por um diafragma que é mais delgado que a membrana celular;
    • Lâmina basal contínua;
    • São encontrados em órgão onde ocorre intensa trocas entre o tecido eo sangue (rins, intestino e glândula endócrina).
    • Capilares Fenestrados sem Diafragma:
    • Fenestrada sem diafragma;
    • Lamina basal contínua;
    • São encontrados no glomérulos renais.
    • Capilares Sinusóides:
    • Trajeto tortuoso com calibre aumentado (diminui a velocidade da circulação sanguínea)
    • Células endoteliais formam uma camada descontínua;
    • Grande quantidade de poros sem diafragma;
    • Presença de macrófago na parede;
    • Lamina basal descontínua;
    • São encontrados no fígado e nos órgãos hemocitopoéticos (medula óssea e baço)
    • Apresentam essa estrutura que lhes convergem a característica de serem mais fácil e mais intenso o intercâmbio do sangue com o tecido.

Células endoteliais
     Além de papel nas trocas de moléculas e células entre o sangue e os tecidos, as células endoteliais exercem diversas funções:
         > Ativação: conversão de angiotensina I em angiotensina II;
         > Inativação: conversão de bradicinina, serotonina, noradre- nalina, trombina e outras moléculas biologicamente ativas em com- postos inertes;
         > Lipólise: degradação enzimática de lipoproteínas;
         > Produção de fatores vasoativos;
         > Função antitrombogênica.

Camadas dos Vasos Sangüíneos
  • Túnica Íntima:
    • Uma camada de células endoteliais;
    • Camada subendotenlial (tec. Conjuntivo frouxo)
    • Pode ocasionalmente apresentar células musculares lisas esparsas;
    • Nas artérias, a camada íntima apresenta ainda a membrana limitante elástica interna, que é a camada mais externa da íntima, separando-a da média.
  • Túnica Média:
    • Fibras musculares lisas;
    • Fibras elásticas, fibras reticulares e proteoglicanas;
    • Nas artérias, a média possui também uma lâmina limitante elástica externa, que a separa da túnica adventícia.
  • Túnica Adventícia:
    • Tecido conjuntivo (fibras de colágeno e elástica).

Vasos Arteriais
  • Arteríolas: São os menores tipos de vasos arteriais;
    • Túnica íntima: apresenta a camada subendotelial muito delgada e não existe a membrana limitante elástica interna, exceto nas arteríolas mais grossas;
    • Túnica média: formada por uma ou duas camadas de células musculares lisas e não existe limitante elástica externa;
    • Túnica adventícia: pouco desenvolvida.
  • Artérias de Médio Calibre (artérias musculares):
    • Túnica íntima: composta por uma camada subendotelial mais espessa do que  nas arteríolas e por um a membrana limitante elástica interna bem desenvolvida;
    • Túnica média: pode conter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. Alem disso, também apresenta quantidade variável de fibras elásticas, fibras reticulares e proteoglicanas. E ainda é composta por uma membrana limitante elástica externa, exceto nas artérias musculares mais finas.
    • As limitantes elásticas e a túnica íntima aparecem pregueadas nos cortes histológicos, devido à queda da pressão arterial e à contração da musculatura lisa no momento da morte;
    • A camada muscular das artérias médias pode controlar o afluxo do sangue nos vários órgãos por meio de seu grau de contração ou relaxamento;
    • Túnica adventícia: é formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e com algumas fibras elásticas. Apresenta capilares linfáticos, vasos vasorum e nervos, que podem penetrar até a parte externa da túnica média.
  • Artérias de Grande Calibre (artérias elásticas):
    • Túnica íntima: bastante espessa devido ao grande desenvolvimento da camada subendotelial e rica em fibras elásticas. A membrana elástica interna não é bem evidente.;
    • Túnica média: acumula elastina resultando na cor amarelada dessas artérias. É constituída por uma serie de membranas elásticas, perfuradas, dispostas concentricamente, que estão intercaladas por células musculares lisas, fibras colágenas, proteoglicanas e glicoproteínas.as laminas elásticas permitem a túnica média regularizar o fluxo sangüíneo, fazendo com que as artérias se distendem na sístole e recuperem seu calibre normal na diástole, impulsionando o sangue;
    • Túnica adventícia: é relativamente pouco desenvolvida.
Vasos Venosos
  • Vênula:
    • Túnica íntima: composta por endotélio e delgada camada subendotelial;
    • Túnica média: inexiste ou é formada por poucas fibras musculares lisas;
    • Túnica adventícia: composta de tecido conjuntivo. É mais espessa.
  • Veias de pequeno e médio calibre:
    • Túnica íntima: com camada subendotelial delgada;
    • Pequenos feixes de músculo liso entremeados de fibras reticulares e de uma rede delicada de fibras elásticas;
    • De natureza colágena. É bastante desenvolvida;
    • As veias contêm válvulas no seu interior. As válvulas são pares de dobras da camada íntima, em forma de semilua. São constituídas por tecido conjuntivo com fibras elásticas.
  • Veias de grande calibre:
    • Túnica íntima: é bem desenvolvida;
    • Túnica média: é bastante reduzida, com pouco músculo e pouco conjuntivo;
    • Túnica adventícia: é a camada mais evidente, contendo feixes de músculo liso dispostos longitudinalmente ao vaso.
Vasos linfáticos

     Consiste em vasos, revestidos por endotélio, que recolhem o líquido tecidual e o devolvem no sangue. Esse líquido, ao contrário do sangue, circula em uma direção, isto é, dos órgãos para o coração.
     Os capilares linfáticos originam-se nos vários tecidos como delgados túbulos em fundo de saco constituídos apenas por endotélio e lâmina basal incompleta.

Coração

     É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório, e é também o responsável pela síntese de um hormônio chamado polipeptídeo atrial natriurético.
     Sua parede é constituída por três túnicas:
  • Túnica interna ou Endocárdio:
    • Homólogo à camada íntima dos vasos;
    • Constituída por endocárdio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial, de tecido conjuntivo frouxo;
    • Entre o miocádio e a camada subendotelial, encontra-se o estrato subendocárdio (tec. Conj.), onde correm vasos, nervos e ramos do aparelho condutor.
  • Túnica média ou Miocárdio:
    • Constituído por fibras musculares cardíacas;
    • Disposição das fibras variáveis.
  • Túnica externa ou Pericárdio:
    • É um saco seroso onde está contido o coração;
    • Externamente ao coração encontra-se o epicárdio (pericárdio visceral) que é a camada visceral do pericárdio. É constituído por tecido conjuntivo frouxo que contém vasos, nervos e gânglios nervosos.
Obs.: o coração apresenta-se coberto externamente por um tecido epitelial pavimentoso simples (mesotélio) apoiada em delgada camada conjuntiva (epicárdio).

Esqueleto Fibroso do Coração

     São septos membranosos, trígonos fibrosos e anéis fibrosos.
  • Constituição:
    • Tecido conjuntivo denso;
    • Em determinadas regiões, aparecem zonas de cartilagens fibrosas.
  • Função:
    • Servem de ponto de apoio às válvulas (cordoalhas tendíneas) e fibras musculares cardíacas (trabéculas córneas).
Válvulas Cardíacas

     É constituída por tecido conjuntivo denso contendo fibras colágenas e elásticas (no centro), revestida nas suas duas faces por uma camada endotelial. 

Nodos Cardíacos

     É um sistema próprio que o coração possui para gerar estímulos e transmitir a excitação produzida. Esse sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio. O nodo sinoatrial e o nodo atrioventricular, e por um feixe, o chamado feixe atrioventricular.
    > Nodo Sinoatrial: Massa de células musculares cardíacas especializadas, pequenas e fusiformes, ricas em sarcoplasma e pobre em miofibrilas.
    > Nodo atrioventricular: Semelhante ao sinoatrial, porém apresentam células ramificadas com prolongamentos que se entrecruzam, formando uma rede.
Obs.: estas células têm um ou dois núcleos, como as fibras do miocárdio, mas possuem o citoplasma muito rico em glicogênio e pobre em miofibrilas, que se localizam somente na periferia do citoplasma. 

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

Sistema Respiratório

Os pulmões e as inúmeras vias aéreas a eles ligadas compõem o sistema respiratório. As vias aéreas entram nos pulmões e lá se ramificam constituindo a árvore brônquica, essas ramificações atingem espaços aéreos pequenos, chamados alvéolos. As vias do trato respiratório dividem-se em: 1) porção condutora: constituída pelas cavidades nasais (durante a respiração forçada, a cavidade oral também faz parte dessa porção), faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos; 2) porção respiratória: formada pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. A porção condutora tem a função de acondicionar o ar, fazendo com que ele seja aquecido e umidificado, além disso, tem a função de retirar do ar as partículas indesejadas. Já a porção respiratória é aquele local onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue.
A principal função do sistema respiratório é a troca gasosa nos pulmões. A base estrutural para a realização dessa função é a relação de organização estabelecida entre os capilares pulmonares e os alvéolos durante a irrigação pulmonar. A irrigação dos pulmões é feita por vasos sangüíneos que entram neles com os brônquios e ramificam-se em vasos cada vez menores que, finalmente, entram em íntimo contato com os alvéolos.
Cada componente do sistema respiratório tem uma constituição histológica dependendo da função que será desempenhada por esse órgão.

Fossas nasais 
As fossas nasais são subdivididas em três regiões: o vestíbulo, a área respiratória e a área olfatória. Todas essas porções são revestidas por uma mucosa com diferentes estruturas, conforme a região considerada.
A porção mais anterior e dilatada das fossas nasais chama-se vestíbulo; sua mucosa é formada por um epitélio plano estratificado não-queratinizado e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso. Nesse local existem pêlos e glândulas cutâneas, que constituem uma primeira barreira à entrada de partículas grosseiras de pó nas vias aéreas.
A área respiratória é a maior parte das fossas nasais, sua mucosa é constituída por um epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Esse tipo de epitélio reveste a maioria das vias aéreas, por isso freqüentemente é chamado de epitélio tipo respiratório. O epitélio respiratório repousa sobre um lâmina basal, depois dela vem uma lâmina própria fibrosa rica em glândulas do tipo misto, cuja secreção ajuda a manter úmidas as paredes das cavidades nasais. A lâmina própria por sua vez se apóia no periósteo subjacente.     
O epitélio respiratório típico consiste em seis tipos celulares identificáveis ao microscópio eletrônico, todas as células desse epitélio apoiam-se na lâmina basal. O tipo mais abundante é a célula colunar ciliada, cada células possui cerca de 300 cílios na superfície apical e embaixo dos corpúsculos basais há numerosas mitocôndrias (produzem ATP para possibilitar os batimentos ciliares). Em segundo lugar quantitativo, estão as células caliciformes, as quais são secretoras de muco rico em polissacarídeos. Existem ainda as células em escova, devido aos numerosos microvilos presentes em suas superfícies apicais. Além disso, têm as células basais, pequenas e arredondadas, estas células multiplicam-se continuamente, por mitose e originam os demais tipos celulares do epitélio respiratório. Outro tipo celular é a célula granular; célula endócrina que atua como efetora na integração das secreções mucosa e serosa; parece a célula basal, mas possui numerosos grânulos que deixam sua parte central mais densa aos elétrons. Devemos ressaltar que nas áreas mais expostas ao ar, o epitélio apresenta-se mais alto e com maior número de células caliciformes.
A área olfatória, está localizada na região superior das fossas nasais e é responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio que compõe essa região é o epitélio respiratório formado por três tipos distintos de células: 1) células de sustentação: prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na base, com microvilos na sua superfície que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio, além disso essas células possuem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marrom da mucosa olfatória; 2) células basais: pequenas, arredondadas ou cônicas, formam um a camada única na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as de sustentação; 3) células olfatórias: são neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. São dilatadas nas extremidades de onde partem cílios longos, sem movimento e com a função de receptores.

Seios paranasais
São grandes espaços aéreos situados no interior dos ossos frontal, etmóide, esfenóide e o maxilar, que se abrem para a cavidade nasal. Os seios paranasais são revestidos por um epitélio respiratório, isto é, pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. As secreções se dirigem dos seios para as cavidades nasais através de uma atividade ciliar coordenada.

Faringe
A faringe é uma estrutura que liga a cavidade nasal à laringe, ela serve aos sistemas respiratórios e digestivo. Sua função é servir de passagem para o ar e alimentos, além de servir como uma câmara de ressonância para a fala. Esse órgão divide-se em três porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe.
Certas porções da faringe estão sujeitas ao desgaste pelos alimentos que não tenham sido bem macerados; esses locais são revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. As porções não sujeitas ao desgaste são revestidas por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Sob o epitélio de revestimento está a lâmina própria constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. Externamente ao tecido conjuntivo está o tecido muscular estriado dos músculos faríngeos e externamente a estes há mais tecido conjuntivo. A faringe contém glândulas mucosas perto da sua junção com o esôfago, além disso apresentam agregados de nódulos linfáticos que são denominados tonsilas faríngeas ou palatinas.

Laringe
A laringe é um tubo irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes são compostas por peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico (que mantém a laringe sempre aberta). As maiores peças cartilaginosas (tireóide, cricóide) são formadas por cartilagem do tipo hialina; as demais peças são cartilagens do tipo elástico.
A mucosa da faringe forma dois pares de pregas que fazem saliência na luz; o primeiro par de pregas constitui as falsas cordas vocais ou pregas vestibulares (essa região tem lâmina própria frouxa e numerosas glândulas); o segundo par de pregas constitui as cordas vocais verdadeiras (com eixo de tecido conjuntivo elástico, ao qual se seguem, externamente, os chamados músculos intrínsecos da laringe).
A laringe não tem um revestimento epitelial uniforme ao longo da via. Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote e nas cordas vocais, o epitélio está sujeito a atritos e desgastes por isso o revestimento desses locais é feito por um epitélio do tipo estratificado plano não-queratinizado. Nas demais regiões, o epitélio de revestimento é do tipo respiratório. Este epitélio está sob uma lâmina própria rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas do tipo misto. Essas glândulas não estão presentes nas cordas vocais verdadeiras.

Traqueia
A traquéia é um órgão que se continua com a laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios extrapulmonares. Na sua estrutura apresenta um número variável de peças cartilaginosas do tipo hialino, as quais são revestidas por pericôndrio que se continua com um tecido conjuntivo fibroso, unindo as cartilagens entre si. A porção dorsal da traquéia (voltada para o esôfago), que não é ocupada por cartilagem apresenta feixes musculares lisos. Ela é revestida internamente por um epitélio do tipo respiratório que está sob uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas. Além disso, contém glândulas principalmente do tipo mucoso, cujos ductos se abrem na luz traqueal. Externamente a traquéia revestida por tecido conjuntivo frouxo, formando a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos.
A principal característica da mucosa traqueal, é ser secretora. O muco produzido forma um tubo mucoso que funciona como uma barreira mucosa às partículas de pó que entram junto com o ar inspirado, nesse tubo o muco é transportado em direção à faringe pelo batimento ciliar. Outro sistema de defesa além da barreira mucosa, é a barreira linfocitária, sua função é imune e ela é composta por linfócitos e por acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos.

Brônquios
Os brônquios são ramificações da traquéia. Nos seus ramos maiores, a mucosa que reveste os brônquios é idêntica à da traquéia; já nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Abaixo da mucosa há uma camada muscular lisa que circunda completamente os brônquios, ela é constituída por feixes musculares dispostos em espiral. Externamente a essa camada muscular encontram-se glândulas do tipo mucoso ou misto, cujos ductos se abrem na luz brônquica. Possui também peças cartilaginosas na sua estrutura, elas são envolvidas por uma capa de tecido conjuntivo rica em fibras elásticas chamada de camada adventícia. Na camada adventícia e na mucosa podemos observar o acúmulo de linfócitos e de nódulos linfáticos, principalmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica.

Bronquíolos
Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Eles são segmentos intralobulares, tendo diâmetro de 1mm ou menos. Na sua constituição não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos. O epitélio que reveste os bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. No decorrer do trajeto dos bronquíolos, o número de células caliciformes diminui progressivamente, podendo até deixar de existir. Apresenta também uma lâmina própria delgada e constituída de fibras elásticas. Depois da mucosa vem uma camada muscular lisa cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas. Como observação, podemos dizer que a musculatura da parede dos bronquíolos é relativamente mais espessa que a musculatura da parede dos brônquios.
Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar, onde se ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Os bronquíolos terminais são as últimas porções da árvore brônquica, eles possuem estruturas semelhantes aos demais, porém com paredes mais delgadas. Além disso, esses bronquíolos apresentam células Claras, as quais possuem grânulos citoplasmáticos de função desconhecida.
O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. A parede desses bronquíolos contém alvéolos (parecem descontínuas num corte histológico). Os alvéolos são expansões saculiformes revestidos por um epitélio capaz de realizar trocas gasosas.

Ductos Alveolares
Esses ductos iniciam efetivamente a porção respiratória. São formados por ramificação dos bronquíolos respiratórios e apresentam-se como condutos longos e tortuosos. A característica principal desse segmento, é apresentar inúmeros alvéolos e sacos alveolares em suas paredes. Devemos observar que entre a abertura de dois alvéolos existem fibras colágenas e elásticas, e células musculares lisas formando feixes musculares. Esses feixes se dispõem ao redor da abertura de um alvéolo, porém não se estendem pelas paredes deste. No entanto, as fibras colágenas e elásticas se continuam com a parede alveolar, constituindo um sistema de sustentação.
O revestimento dos ductos alveolares é epitélio do tipo cúbico simples, com células muito baixas. Esses ductos são as últimas porções a apresentar em sua estrutura células musculares lisas.

Saco Alveolar e Alvéolos
A definição de alvéolos é, são pequenas evaginações em forma de saco, encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. O ducto alveolar termina em um alvéolo simples ou em sacos alveolares formados por inúmeros alvéolos. Cada parede alveolar é comum a dois alvéolos vizinhos, por isso denomina-se parede ou septo interalveolar. Este septo consiste em duas camadas de epitélio pavimentoso simples separadas por capilares sangüíneos, fibras reticulares e elásticas, fibroblastos e substância fundamental amorfa do conjuntivo. Além disso ele apresenta três tipos celulares distintos: 1) células endoteliais dos capilares: as mais numerosas e com núcleo um pouco menor e alongado que o das células epiteliais de revestimento, o endotélio é do tipo contínuo e não fenestrado; 2) pneumócitos tipo I: também chamado de célula epitelial de revestimento, tem núcleos achatados e distantes entre si devido a grande extensão do citoplasma. Essas células têm um retículo endoplasmático granular pouco desenvolvido e apresentam microvilos curtos em alguns pontos de sua superfície, existem também desmosomas ligando duas células epiteliais vizinhas; 3) pneumócitos tipo II: chamados de células septais, são menos freqüentes que as células epiteliais de revestimento, aparecem de preferência em grupos de duas ou três células nos pontos em que as paredes alveolares se tocam. O núcleo dessas células é maior e mais vesiculoso que o das outras células epiteliais de revestimento, o citoplasma não se adelgaça, o retículo endoplasmático rugoso é desenvolvido e possui microvilos na superfície livre. A principal característica dessas células é a presença de corpos lamelares na região basal do citoplasma, eles são responsáveis pelo aspecto vesiculoso do citoplasma à microscopia óptica.
Quatro membranas separam o ar alveolar do sangue capilar, são elas: o citoplasma da célula epitelial; a lâmina basal dessa célula; a lâmina basal do capilar e o citoplasma da célula endotelial. O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através dessas membranas e o dióxido de carbono difunde-se em direção contrária.
A parede alveolar está sempre revestida por uma fina película surfactante (lipoprotéica), a qual impede o contado direto do ar alveolar com essa parede. A função dessa camada lipoprotéica é diminuir a tensão superficial dos pneumócitos do tipo I (principal célula de revestimento dos alvéolos), essa diminuição permite que os alvéolos sejam inflados com mais facilidade na inspiração, dessa forma o esforço muscular despendido nos movimentos respiratórios é diminuído.

Pleura
Definimos pleura como sendo a camada serosa que envolve o pulmão. Ela é formada por dois folhetos: o parietal e o visceral, os quais são contínuos no hilo pulmonar. Os folhetos são constituídos por mesotélio e por uma fina camada de tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas.
Esses dois folhetos são capazes de delimitar, para cada pulmão, uma cavidade pleural independente e revestida pelo mesotélio. Normalmente essa cavidade pleural contém apenas uma película de líquido lubrificante, o qual permite o deslizamento suave dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios, impedindo o atrito entre o mesotélio visceral e o parietal. Freqüentemente, pode-se acumular líquido entre os dois folhetos pleurais, isso pode ser explicado pela grande permeabilidade da pleura. O acúmulo ocorre devido à transudação de plasma através dos capilares, provocada por processos inflamatórios. Essa situação é prejudicial para o organismo.

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

Sistema Digestório

Constituição:
- Tubo digestivo:
    > Cavidade oral;
    > Esôfago;
    > Estômago;
    > Intestino;
    > Reto;
    > Ânus.
- Glândulas anexas:
    > Fígado;
    > Pâncreas;
    > Glândulas salivares.

Função: Retirar dos alimentos digeridos os metabólicos necessários para o desenvolvimento e a manutenção do organismo.

Cavidade Oral 

Faringe 

     É uma dependência da cavidade bucal comum aos aparelhos digestório e respiratório (orofaringe e nasofaringe). Formada pela lamina própria fibroelástica com grupos de glândulas mucosas.

Estrutura geral do tubo digestivo
  •  Túnica Mucosa:
    • Camada epitelial de revestimento;
    • Lamina própria ou córion (tec. conj. Frouxo), vasos sanguíneos e linfáticos, podendo apresentar glândulas e tecido linfóides);
    • Muscular da mucosa (camada delgada de tec. musc. Liso).
  • Túnica Submucosa:
    • Tec. conj. Moderadamente frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos;
    • Contém plexo nervoso submocosa ou de Meissner;
    • Pode apresentar glândulas e tecido linfóide.
  • Túnica Muscular:
    • Duas subcamadas de fibras musculares lisas, orientadas em hélice (interna (circular) e externa (longitudinal));
    • Plexo mioentérico ou de Amerbach.
  • Túnica Adventícia ou Serosa:
    • Tecido conjuntivo frouxo com grande quantidade de nervos sanguíneos e linfáticos, e células adiposas;
    • Mesotélio (sob a forma de um epitélio simples pavimentoso).

  • Principais funções do revestimento epitelial (túnica mucosa):
    • Promover uma barreira semipermeável entre o conteúdo do tubo digestivo e o meio interno;
    • Sintetizar e secretar enzima para a digestão dos alimentos;
    • Promover a absorção dos produtos desta digestão;
    • Secretar hormônios para a coordenação destas atividades;
    • Produzir muco para lubrificação e proteção.

Esôfago 
Estômago
Intestino delgado 
  • correm os processos finais da digestão dos alimentos e seus produtos são absorvidos;
  • Duodeno:
    • Glândulas de Brünner ou duodenais na submucosa:
      • Secreta glicoproteína neutra com pH entre 8,2 a 9,3 (admite-se que proteja a mucosa intestinal contra a acidez do suco gástrico);
      • Tambem é responsável pelo pH ideal para a ação das enzimas pancreáticas;
      • Placas de Peyer – agregados de nódulos linfáticos na submucosa do íleo.
  • Tipos celulares do epitélio da mucosa intestinal:
    • Células primáticas absorvativas;
    • Células caliciformes – muco;
    • Células de Paneth – grânulos com lizoenzima (atividade antibacteriana e colabora na regulação da flora intestinal);
    • Células enteroendócrinas;
    • Células M (íleo) – importante sistema imunitário.
Intestino Grosso 
  • Mucosa lisa, sem pregas (exceto na porção retal;
  • Não há vilosidades;
  • Glândulas de Lieberlsiihn não longas;
  • Grande quantidade de células caliciformes;
  • Pequena quantidade de células enteroendócrinas;
  • Não há células de Paneth;
  • Camada muscular longitudinal externa é bem mais desenvolvida que no intestino delgado devido as fibras se congregarem em três faixas espessas chamadas tênias do colo;
  • A serosa é caracterizada por pequenos apêndices pedunculados formados por tecido adiposo – apêndices epiplóicos.
Apêndice 
  • É uma evaginação do ceco, em fundo de saco;
  • Características:
    • Lúmen estreito e irregular devido à presenção de grande quantidade de nódulos linfáticos na sua parede;
    • A sua estrutura geral é semelhante á do intestino grosso, apenas existindo:
    • o  menor número de glândulas intestinais e as existentes são mais curtas;
    • o  fibras da camada muscular não formam tênias.

As glândulas salivares
  • A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). A saliva, além de dar início à digestão do amido, amolece o alimento, facilita a deglutição e a fala, forma uma barreira imunológica e lubrifica a cavidade oral.
  • As glândulas salivares são exócrinas, com porção secretora acinosa e tubulosa e ducto ramificado (composta). Existem as glândulas salivares pequenas na língua e na mucosa da cavidade oral e três tipos de glândulas salivares grandes, estruturas separadas e encapsuladas por tec. conjuntivo que lançam sua secreção na cavidade bucal:
  • Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula composta acinosa, exclusivamente serosa.
  • Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula composta túbulo-acinosa com predominâncias de ácinos serosos.
  • Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca. Glândula composta túbulo-acinosa, predominantemente mucosa, com meia lua serosa.
  • Existem 3 tipos de ductos:
  • Ducto intercalar - Um epitélio simples cúbico.
  • Ducto estriado - Espitélio simples cilíndrico com estriações na base das células (dobras da membrana).
  • Ducto interlobular ou excretor - Luz maior, epitélio estratificado cúbico, cilíndrico e, mais perto da cavidade oral, pavimentoso.
Fígado 
  • É o maior órgão interno (a pele é o maior geral). É a mais volumosa de todas as vísceras. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria de tec. conjuntivo.
  • As células hepáticas (hepatócitos) ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol, a bile, e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias.
  • Lóbulo Hepático:
    • No centro, encontra-se a veia centro-lobular;
    • Radialmente, os cordões de hepatócitos (dobras na membrana, maior área de contato);
    • Entre os cordões, capilares sinusóides (células endoteliais).
  • Espaço Porta:
    • Tecido conjuntivo frouxo;
    • Ramo da veia porta;
    • Ramo da artéria hepática;
    • Ducto biliar.

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.